domingo, 29 de abril de 2012

Rede ou COMUNIDADE ON-LINE:laços e colaboração

Rede ou Comunidade online: laços e colaboração Algumas vezes ouvimos/lemos a expressão comunidades virtuais de aprendizagem como sinônimo de redes de aprendizagem online. Harassim et ai entende essas redes de aprendizagem como "grupos de pessoas que utilizam as redes de CMC para aprender juntas, no horário e no ritmo mais adequados para elas mesmas e para a tarefa em questão" (2005, p. 21). Só a partir da convivência entre essas pessoas na rede, a comunidade passaria a existir. "A comunidade que se forma entre os usuários de uma rede pode ser enriquecedora do ponto de vista tanto pessoal quanto educacional" (p. 55, grifo nosso). Entendemos que rede e comunidade online se diferenciam pela qualidade das relações estabelecidas entre seus integrantes. Ambas reúnem participantes em torno de um interesse comum. Mas, nas comunidades, os laços entre as pessoas seriam mais estreitos do que nas redes podendo desencadear um compromisso com o outro. A partir desta perspectiva, uma comunidade, ou várias, pode ser formada dentro de uma rede online e, ainda, uma rede pode constituir-se toda como uma comunidade se houver laços estreitos entre os integrantes - vale ressaltar que tratamos aqui dos diversos tipos de redes e comunidades online, não apenas as de aprendizagem. Mas além dos laços fortes que constituem um sólido grupo de pessoas, as comunidades teriam outro elemento diferenciador: colaboração elou cooperação constante entre seus integrantes. No início deste artigo, apresentamos definições de comunidades virtuais de aprendizagem estabelecidas por diversos autores. Entre os muitos aspectos em comum, encontramos a colaboração elou a cooperação entre os membros de uma comunidade durante o processo de aprendizagem. Paloff e Pratt (2002) consideram que, em ambientes virtuais, a Educação online tem mais chances de alcançar os objetivos propostos quando consegue fazer surgir uma comunidade, na qual as interações e "a colaboração na aprendizagem que resulta de tais interações" preparam o terreno para bons resultados. Kenski (2001) ressalta que nem todos os cursos oferecidos em ambiente online dão origem a comunidades, inclusive, elas podem surgir após o encerramento deles: A comunidade específica de "aprendizagem" vai além do tempo de uma disciplina ou curso, ainda que possam surgir de iniciativas nestes momentos de ensino-aprendizagem. Em muitos casos ela se solidifica após o encerramento destes. Não se constituem também apenas de períodos finitos, previamente estabelecidos pelas instituições ou pelos seus coordenadores e professores. As comunidades de aprendizagem ultrapassam as temporalidades regimentais estabelecidas pela cultura educacional e vão além. Seu tempo é o tempo em que seus membros se interessam em ali permanecerem em estado de troca, colaboração e aprendizagem (KENSKI, 2001 ). Frequentemente, colaboração e cooperação se confundem por suas similaridades, mas, de fato, são conceitos complexos, explicados de acordo com a abordagem. No âmbito da aprendizagem, o processo de colaboração pode ser entendido de acordo com os autores abaixo destacados: • a aprendizagem colaborativa é uma filosofia de ensino, não apenas como técnica em sala de aula; ela sugere uma maneira de lidar com as pessoas por meio do respeito, como um modo de viver e lidar com outras pessoas (PANITZ apud BARBOSA, 2008) • o trabalho colaborativo depende de cooperação entre os membros da equipe; por conseguinte, uma subordinação da colaboração à cooperação (CORO apud BARBOSA. 2008) Já a cooperação: • é uma estrutura de interação projetada para facilitar a realização de um objetivo ou produto final. (PANITZ apud BARBOSA, 2008). Entre os pesquisadores que diferenciam a cooperação e a colaboração pelo modo como a tarefa do grupo é organizada, a aprendizagem cooperativa pode ser compreendida por um viés mais técnico: • a cooperação apresenta-se como um conjunto de técnicas e processos que grupos de indivíduos aplicam para a concretização de um objetivo final ou a realização de uma tarefa específica. E um processo mais direcionado do que o processo de colaboração e mais controlado pelo professor (PANITZ apud BARBOSA, 2008) • na cooperação, a estrutura hierárquica prevalece e cada um dos membros da equipe é responsável por uma parte da tarefa. A coordenação nas atividades cooperativas é apenas obrigatória na montagem dos resultados parciais (DILLENBOURG apud BARBOSA, 2008) Após levantamento bibliográfico, Barbosa (2008, tese) observou que tanto a colaboração quanto a cooperação designam atividades de grupos para atingir um objetivo. Sua diferenciação estaria na regularidade da troca, na organização do trabalho e na coordenação. Abaixo, a autora apresenta uma comparação a partir da sua pesquisa bibliográfica: Abordagem colaborativa Abordagem cooperativa Característica conceitual Filosofia de ensino: engloba questões teóricas, políticas e filosóficas. Técnica de trabalho: estrutura de interação projetada para facilitar a realização de um objetivo ou produto final. Concepção Promove a “aculturação” dos alunos nas comunidades de conhecimento. Aumenta as habilidades cognitivas e sociais por meio de um conjunto de técnicas aprendidas. Estruturação Compartilhamento de autoridade e aceitação de responsabilidades entre os membros, nas ações do grupo. Estrutura hierárquica em um processo mais direcionado pelo professor. Foco Processo mais aberto, com um papel mais ativo do aluno. Processo centrado no professor e controlado por ele. Forma de organização Compromisso mútuo dos participantes num esforço coordenado, visado a conclusão de um problema. Cada um é responsável pelo desenvolvimento de uma parte do problema. Prescrição de atividades Atividade sincronizada, resultado de um esforço continuado de construir e manter uma concepção compartilhada de um problema.

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