domingo, 29 de abril de 2012

MINHA PROFISSÃO

MINHA PROFISSÃO Entre imagens de cansaço e desalento, encontro a face do PRAZER e da ESPERANÇA. "Sou uma professora persistente, ainda crédula, paciente e alegre. Tento dar uma parcela de contribuição para a construção de um mundo mais digno". Sou uma professora com letra maiúscula. Tenho consciência de que vale a pena fazer o que faço, pois percebo que sou espelho, modelo de vida para meus alunos. Assim posso influir na sociedade, ser útil". Acho que a minha opção de ser professora valeu a pena, do ponto de vista do contato com os jovens, do crescimento e da aprendizagem que acontece neste relacionamento. E até da possibilidade de ajudar as pessoas a descobrir um MUNDO MELHOR. Mesmo não acreditando em perspectivas de mudança no futuro do professor, continuarei na profissão, "até bem velhinha". Eu acredito no que faço e encaro a escola como um espaço de luta, onde me empenho para melhorar o ensino. "Na medida em que você o eleva, terá cidadãos competentes". A escola é a arena onde o meu sonho de mudar a sociedade poderá realizar-se. Desse sonho eu não abro a mão mesmo ganhando pouco, porque minha RESPONSABILIDADE maior é com o ALUNO. Sou uma profissional e me entrego ao trabalho de corpo e alma. A imagem que tenho do professor é a de uma peça fundamental na sociedade. Sou PROFESSORA e EDUCADORA, pois professor é profissão e educador, ao contrário, não é profissão; é VOCAÇÃO. E toda vocação nasce de um grande AMOR, de uma grande ESPERANÇA; Os professores são os eucaliptos, árvores absolutamente iguais umas às outras; educadores são jequitibás, árvores que revelam um habitat, têm cidadania pr6pria num mundo especifico. Os educadores são como as velhas árvores. Possuem uma face, uma estória a ser contada. Habitam um mundo em que o que vale e a relação que os liga aos ALUNOS. Em classe eu me considero mais como AIMIGA, PSICÓLOGA, CONSELHEIRA, até MÃE, e só por último, PROFESSORA. Eu sou uma profissional que me reconheço como importante, indispensável, interessada por minha atividade e tenho uma penetrante consciência crítica. A atividade do professor é desgastante e mal reconhecida. Sou uma mestra do EQUILIBRISMO. Embora não seja de circo, é assim que eu me sinto a cada final de mês, quando tenho de somar MAGIA e MALABARISMO. Quando preciso combinar o salário com as contas a pagar e o dinheiro necessário para se agüentar por mais 30 dias de muito SUOR e TRABALHO. Professor não tem STATUS, um servente de pedreiro ganha mais do que nós, mas não me arrependo da escolha, uma realização pessoal mesmo. Salvador, 29 de dezembro de 1989. Maria Conceiçã

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