segunda-feira, 15 de novembro de 2010

METACOGNIÇÃO: A habilidade de pensar sobre o pensar

"Metacognição significa saber lançar mão de estratégias autorreguladas - gerenciadas por você" A metacognição é uma habilidade que se refere ao “pensar sobre o pensar”.

Habilidades metacognitivas são normalmente conceituadas como um conjunto integrado de competências para aprender e pensar. Incluem-se aí muitas das habilidades necessárias para uma aprendizagem ativa: o pensamento crítico, o juízo reflexivo, a resolução de problemas e tomada de decisão.

Adultos, cujas competências metacognitivas são bem desenvolvidas, são melhores solucionadores de problemas, com habilidades para tomadas de decisão e de pensamento crítico; são mais capazes e mais motivados para aprender, e são mais prováveis de serem capazes de regular as suas emoções (mesmo em situações difíceis), em lidar com a complexidade, e lidar com conflitos.

As habilidades metacognitivas quando bem aprendidas, podem tornar-se hábitos mentais aplicados em uma ampla variedade de contextos. Essa metacognição é importante até mesmo para os idosos que exercitam o corpo e a mente de forma consciente, principalmente para aplicá-la no dia a dia para a aquisição de novos conhecimentos e em novas situações.

Segundo o psicólogo norte-americano John Hurley Flavell (1979), que cunhou o termo, a metacognição é um sistema regulador que inclui conhecimento, as experiências, as metas e as estratégias. O conhecimento metacognitivo é o conhecimento geral armazenado, mais as experiências e o sistema de crenças; principalmente as crenças sobre si mesmo, as crenças sobre a capacidade em relação ao desempenho de tarefas, sobre as ações ou estratégias, e como todos esses fatores interagem para afetar o resultado de qualquer empreendimento intelectual.

Experiências metacognitivas são relações das experiências cognitivas e afetivas

O conhecimento é considerado metacognitivo (ao invés de simplesmente cognitivo) se ele é usado em uma estratégia, uma forma para atingir uma meta. Significa descobrir como fazer uma tarefa ou conjunto de tarefas e, em seguida, certificando-se que a tarefa ou conjunto de tarefas são feitos corretamente.

Com o processo de envelhecimento, pessoas com idade avançada e com um acúmulo de experiências passam a ter grande habilidade metacognitiva. É comum possuírem conhecimento sobre as pessoas, sobre as diferenças individuais entre elas e os outros; possuem um conhecimento metacognitivo sobre as tarefas a desempenhar, possuem informações disponíveis para aplicar numa atividade cognitiva e conhecimento sobre a demanda da tarefa em uma determinada situação.

Possuem consciência sobre as estratégias disponíveis que podem ser precisas quando ativas. Pessoas com metacognição bem desenvolvida podem apresentar grande capacidade de utilizar as experiências metacognitivas para enfrentar um desafio ou resolver um problema. É mais comum a ocorrências de experiências metacognitivas quando a pesso está envolvida de forma intencional e reflexiva na resolução de problemas.

As habilidades metacognitivas na velhice podem levar o idoso a estabelecer novas metas, fazer revisão sobre sua ação, ativar novas estratégias ou abandonar o que não é bom e selecionar o que é significativo. Uma grande habilidade metacognitiva é a transferência, a pessoa é capaz de utilizar uma habilidade aprendida em um contexto e usá-la de outra forma em outro contexto, modificando e monitorando o seu raciocínio.

A metacognição é bastante estudada na área de neuropsicologia e neurolinguística e existem inúmeros conceitos e modelos de metacognição, sobretudo de metalinguagem, que é a capacidade de reflexividade sobre a língua, por exemplo as operações efetivas que uma pessoa realizada com a linguagem, como saber dar uma resposta eficaz, saber argumentar, usar metáforas, fazer analogias, são operações metalinguísticas.

Como já mencionado acima, a metacognição é um componente central de vários conjuntos de habilidades que são centrais à educação e ao trabalho que inclui o juízo reflexivo, o pensamento crítico, a tomada de decisões e a capacidade de resolução de problemas.

Assim, pessoas adultas e idosas que querem voltar a estudar, aprender novos conhecimentos, retornar ao trabalho, aprender uma nova ocupação ou profissão dependem da sua habilidade metacognitiva que desenvolveram ao longo da vida para desempenhar várias tarefas educacionais com confiança, empenho e desenvoltura.

Essas pessoas devem estar conscientes quando possuem uma habilidade e quando não conseguem realizar algo; devem ser ser pró-ativas buscando informações quando necessário e tomar as medidas necessárias para dominar um conhecimento; devem encontrar um meio de solucionar problemas mesmo quando se deparam com obstáculos; e ver a aprendizagem como um processo sistemático e verificável, assumindo a responsabilidade para os resultados e a sua finalização; e monitorar a eficácia dos seus métodos de aprendizagem ou estratégias.

A metacognição significa saber lançar mão de estratégias autorreguladas e também incluem a autoavaliação, a organização e a transformação, a definição de metas e planejamento, a busca de informações, a manutenção de registos e de automonitoramento. Um domínio mental sobre o seu próprio conhecimento. É uma importante habilidade que se desenvolve no curso de vida, considerada um componentete fundamental para a motivação, o comportamento e a aprendizagem *autorregulada.

A metacognição têm sido um elemento de explicação sobre as crenças de autoeficácia, ou seja, as crenças sobre as nossas próprias capacidades.

* Aprendizagem autorregulada: ser autodidata, ter certo controle e autonomia no seu processo de aprendizagem, por exemplo quando uma pessoa se autoatualiza, se julga independente para aprender algo.

domingo, 14 de novembro de 2010

Vídeo sobre Violência,Comunidade,Escola

Vídeo sobre Violência,Comunidade ,Escola

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Campanha de DILMA / JINGLE

POR UM CURRÍCULO CONSISTENTE

POR UM CURRÍCULO CONSISTENTE
Entre tantas possibilidades, a escola deve optar por ensinar o que leva o aluno a desenvolver habilidades como o senso crítico e a ética

Não é de hoje que os educadores de diversos países se perguntam o que as crianças e os jovens devem aprender em sala de aula. Antigamente não havia dúvida: era preciso transmitir aos alunos os saberes que a humanidade acumulou nos últimos 10 mil anos em Ciências, Matemática, Literatura, Arte e as demais áreas do conhecimento. Sim, era uma grande pretensão, mas ninguém duvidava de que esse era o papel da escola.
Na contemporaneidade, essas certezas ruíram. Novas necessidades de aprendizagem foram surgindo ao mesmo tempo em que outras demandas sociais e culturais apareciam. Por uma série de motivos, a escola foi aos poucos tomando para si a responsabilidade pelo ensino de tudo o que uma pessoa precisa aprender durante a sua formação. Como bem compara o educador português António Nóvoa, muita gente toma essa instituição como um pote, em que são colocadas diversas coisas: além das que já estão lá - as diversas disciplinas -, se juntam também aulas de cidadania e meio ambiente, atitudes para prevenir a aids, a violência sexual e os acidentes de trânsito, noções de higiene pessoal e de saúde pública etc., etc., etc.
Conheci Nóvoa há alguns anos em Genebra, Suíça. Impressionou-me a capacidade que tem para dar consistência às ideias e práticas educativas, elevando-as à dimensão de ciência e de política. Prova disso são os princípios que ele defende a respeito da formação do currículo, tema principal da entrevista concedida à revista NOVA ESCOLA GESTÃO ESCOLAR, edição de junho/julho, que está nas bancas. Ele afirma que não se pode pretender que a sala de aula resolva todos os problemas e que é preciso dar "à escola o que é da escola e à sociedade o que é da sociedade".
Ao ler esse texto, lembrei-me de outro grande educador, o nosso Paulo Freire (1921-1997), que costumava ressaltar em discursos e textos que educar não é aplicar conteúdos na cabeça das crianças, como se faz depósitos em contas bancárias - só que, nesse caso, seriam depositados trocados de conhecimentos.
Freire e Nóvoa usam essas metáforas para superar a ideia de que o professor é o detentor de saberes contidos em matérias fechadas, e o aluno, o dono de uma cabeça oca e enorme para poder acomodar tudo dentro dela. Agora sabemos - depois de todas as contribuições de Jean- Piaget (1896-1980), Lev Vygotsky (1895-1934) e outros pesquisadores - que o conhecimento se forma depois de um longo processo de trocas, assimilações, adaptações e elaborações, influenciado por todos os aspectos humanos (valores, culturas, condições materiais etc.).
Sabendo disso, fica fácil se convencer de que a escola e a cabeça do aluno não são potes ou contas bancárias. Ela deve, portanto, pinçar, do leque de conteúdos, aqueles que trarão a maior possibilidade de a criança aprender e formar habilidades aliadas à cidadania, ao senso crítico e ao sentido de ética e estética. Cabe à escola optar por um programa que contemple as necessidades dos estudantes e as características da comunidade em que eles vivem, afinando-o ainda com as diretrizes dos currículos nacionais.
Com esses parâmetros, é possível construir, sim, um projeto político pedagógico (PPP) para cada unidade de ensino, mas que não fique circunscrito a ela. Ele deve se refletir nos planos de Educação do município e da nação, já que nasceu da cultura atual, viva, produzida no seio da escola e de seus arredores, aliando-se politicamente à formação de uma nação democrática e republicana. Dessa forma, a escola nunca será uma oficina de formar agentes para o mercado flutuante de trabalho, mas uma instituição de onde saem cidadãos que se habilitam a trabalhar e participar da cultura e dos destinos da comunidade e do país.

Fernando José de Almeida
É filósofo, docente da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e vice-presidente da TV Cultura - Fundação Padre Anchieta.

REFLEXÕES

REFLEXÃO
Texto 1
Como o Brasil vive hoje
Hoje estamos vivendo um a situação precária, pois nem parece que temos Presidente neste país.
O Presidente já não põe uma lei que precisa, se existisse pena de morte e todo mundo fosse à favor, garanto que seria bem melhor, mas não há o que faça para que as pessoas fiquem a favor, enquanto um vai apoiar a pena de morte muitos vai contra assim nem sei onde vou parar pensando no que pode acontecer daqui à uns oito anos à frente.
A violência então nem se fala, pois já nem dá pra sair tarde da noite nas ruas, caso você vem do trabalho, não anda tranquilo nem um minuto se quer.
Quando não é roubo é assasinato, sequestro, etc.
Mas um dia o governo vai ver que os melhores amigos dele é as pessoas direita de bem, não os bandidos. (8a série – fundamental)
Fonte – Revista Letras nº 66 F 177-189
HTTP://revistaletrasufpr.br/edicao/66iaracosta-generostextuaisetradicaoescolar.pdf

Data de produção – maio/agosto 2005
Autor – Iara Bemquerer Costa
A quem se destina – à reflexão (do aluno)
Finalidade: Tem como funções revelar a capacidade de raciocínio e o conhecimento das normas de escrita de seu autor, é assumido pela escola como o grau máximo do domínio da elaboração de texto, concebida como uma forma de representação da realidade.
As características desse tipo textual já destacadas encontram-se presentes também na maioria dos textos produzidos por alunos no final do nível médio. Um detalhe interessante sobre a coleta dos dados entre os alunos de nível médio é que o professor não propôs um tema nem fez a recomendação de que o texto se enquadrasse em um tipo. Ainda assim todos os alunos optaram pelos tipos argumentativo ou expositivo, e escolheram temas que têm sido sugeridos pelos manuais escolares: pena de morte, aborto, preservação ambiental, entre outros. Não
se pode afirmar que a escola tenha conseguido atingir seus objetivos com a produção de textos, enquanto formas de levar o aluno ao domínio da escrita e da exposição do pensamento, da reflexão sobre um determinado tema. Mas ao final do ensino médio, o ensino tradicional já conseguiu que sua representação de texto escrito esteja fortemente consolidada, na contramão de toda a orientação acadêmica e dos documentos oficiais.

Texto 2

Nosso mundo
Nosso mundo está passando por uma situação muito delicada, onde nem uma só pessoa, esta se preocupando em preservar nem mesmo em salvar a vida dos animais que habitam nossas matas.
O ser humano em vez de salvar só esta pensando em destruir, ou seja tudo que ele constrói só presta para destruir, e não para salvar se todos se consientizasem em salvar ao invez de destruir ai sim teriamos um mundo perfeito para viver.
Meu mundo perfeito e de todos, é um mundo cheio de paz e armonia, com espaço para lutar por tudo oque você deseja ter sem se preocupar com assautos nem mesmo com o ar que respiramos pois com um mundo tudo seria perfeito como nas histórias de Piter-Pan. (3o ano – médio)
Fonte – Revista Letras nº 66 F 177-189
HTTP://revistaletrasufpr.br/edicao/66iaracosta-generostextuaisetradicaoescolar.pdf
Data de produção – maio/agosto 2005
Autor – Iara Bemquerer Costa
A quem se destina – à reflexão (do aluno)
Finalidade: revelar a permanência de uma concepção de textos sem função comunicativa, organizada didaticamente a partir dos diferentes graus de complexidade da realidade representada.
Conclusão: A título de conclusão, gostaria de reafirmar que os exemplos dados do que apresentamos como uma concepção tradicional de gêneros textuais e de seu ensino não retratam uma realidade distante no tempo ou no espaço.
Os estudos recentes da Lingüística sobre a organização e circulação dos gêneros textuais abrem perspectivas promissoras para a produção de textos na escola. Um diálogo constante entre o trabalho acadêmico e a formação de professores poderia levar a uma mudança na concepção tradicional dos gêneros textuais escolares aqui retratada.
O trabalho aponta a diferença entre uma concepção de gêneros textuais desenvolvida pela Lingüística e presente nos Parâmetros Curriculares Nacionais e a visão tradicional que ainda orienta a produção de textos nas escolas.
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LIVRES PARA LER / Reportagem da Revista ISTO É

LIVRES PARA LER
Estímulo à leitura incentiva a volta ao estudo e ajuda no resgate social de detentas

Monalisa Ferreira devora as his¬tórias do escritor americano Sidney Sheldon, mas, quando quer conforto para sua vida, se apoia nas Poesias completas do poeta portu¬guês Fernando Pessoa. Lucélia Silva lê qualquer tipo de romance, mas se emociona mesmo é com os da escri¬tora espírita Zíbia Gasparetto. Já Si¬mone dos Santos prefere biografias e revistas semanais porque gosta de fatos reais. Além da paixão pela leitu¬ra, estas três mulheres têm outra coisa em comum: estão presas. Elas moram atualmente na Penitenciária Feminina do Butantã, na Grande São Paulo, com outras 740 detentas em regime semia¬berto. A segunda característica com¬partilhada por elas é o crime cometido: tráfico de drogas. E, por fim, a última coincidência que envolve suas vidas é o projeto que frequentam na cadeia: o Leitura Ativa.
O objetivo é resgatar a cidadania ao desenvolver o senso crítico por meio de leituras, projeção de filmes e mú¬sicas. Todas as quintas-feiras, Silva e Peco se reúnem com as detentas na biblioteca da unidade. Vai quem quer, fica quem desejar e participa quem se interessar. Lá, não há notas, nem livro de frequência - o que conta no Lei¬tura Ativa é a liberdade expressão. Entre as estantes de livros e revistas cada uma pode dizer o que pensa sobre os textos apresentados. "Não tem certo e errado, é a opi¬nião delas que interessa", diz Silva. "Não tem o cunho acadê¬mico, não ternos a intenção de formar ninguém", explica.
Revoltada com a sua condição de pre¬sa, Lucélia passou a aceitar melhor o seu cotidiano atrás das grades depois que começou a partici¬par do grupo. "Aprendi a gostar de mim. Quando a gente é presa é tirada da sociedade como um lixo", diz ela, que voltou para a escola depois de frequentar o projeto. A diretora de educação, Cláudia Cândida e Silva, credita ao Projeto Leitura Ativa o aumento da busca pelos estudos for¬mais. "Ao lerem mais, percebem a importância de um diploma", diz Cláudia. Monalisa passou a sonhar com a faculdade depois que deixar a prisão, no fim deste ano. "Quero fazer psicologia e jornalismo, um desejo antigo." Monitora da biblioteca de 5.145 exemplares, Monalisa leu meta¬de dos livros do acervo. "A prateleira jurídica é a minha predileta, ali estão meus direitos", diz ela, que fez sozinha o pedido para O regime semiaberto. "A atitude delas perante a vida lá fora muda e a convivência aqui dentro melhora", afirma Gizelda Costa, dire¬tora-geral da penitenciária. É o primei¬ro passo em direção à liberdade.
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