quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

HORÓSCOPOS

HORÓSCOPOS

O homem moderno já não vive sem horóscopos. Exige-os. Digere-os. Pauta seu dia por eles. Horóscopo é o café matutino de muita gente. A Bíblia Sagrada de legiões. Se me dessem uma co¬luna diária de jornal, eu toparia. E meus horósco¬pos rezariam mais ou menos assim.

Áries
Não seja pessimista. Compre otimismo e ale¬gria no super-mercado da amizade e do Evan¬gelho. É a única mercadoria que não deteriora de um dia para outro, mesmo que você não tenha geladeira em casa.

Touro
Agressividade é mau negócio. O saldo final é a morte do gladiador e da vítima, na mes¬ma arena. Só o amor e a compreensão me¬recem nosso esforço e luta.

Gêmeos
Cante uma canção alegre. De mãos dadas com você mesmo. De costas para si, ninguém avan¬ça. Apenas tropeça. Relacione-se com os ou¬tros. São eles que fazem a gente enxergar melhor a si mesmo. Ninguém vive sozinho. Aquela frase de Camus é mentira: "Nasci só, vou morrer só". Ninguém é inteiramente sozi¬nho. Você precisa dos outros para sobreviver. Você precisa dos outros como ponto de referência para seu auto-crescimento.

Câncer
Não viva preocupado demais com o futuro, com o que ainda não aconteceu. Isso não re¬solve coisa alguma. Só dá úlcera, estraçalha os nervos, o fígado, levando ao câncer... Qual é o pior câncer do mundo? O ódio, a guerra, a inimizade, a injustiça, o medo, o pavor. Pestes malignas que terminarão levan¬do você ao hospital, quando não ao hospício.

Leão
Num século amedrontado, onde tantos capitu¬lam covardemente, seja um leão de bravura, constância e tenacidade. Acreditar na vitória, já é meio caminho andado. Sorrir perante os problemas não é sinal de fraqueza, mas de força e personalidade.

Virgem
Se você acha que honestidade já era, que a virtude morreu atropelada pelo carro dos a¬proveitadores. Se você professa a teoria, da permissividade, dizendo que tudo é lícito, vá¬lido e que os "tabus medievais" foram en¬golidos pelo progresso moderno, então não se queixe... Não se queixe, se a colheita for apenas um feixe de espigas vazias, amargas, com gosto acre de sabão ou vinagre.

Libra
Nome de uma certa moeda, que um dia era forte, lá na Inglaterra. Hoje, foi derrubada pe¬la crise do petróleo, levando nocaute violento, num murro desfechado pela inflação. Em tempo de carestia, é preciso apertar o cinto. Os homens estão aprendendo, a duras provas, que a sociedade do supérfluo não engorda alma nem coração. O dinheiro ajuda, mas nunca comprou nem vendeu felicidade.

Escorpião
Alimentar pensamentos negativos, ruminar constantemente fatos desagradáveis de on¬tem e de hoje, é um gesto suicida. O gesto suicida e desesperado do escorpião ferroando a si mesmo.

Sagitário
Você anda dividido, retalhado, com saudades dos bons tempos em que você era você mes¬mo? Não se agite assim. Não corra tanto. Só a unidade interna confere segurança e paz. Servir a dois senhores só dá em fossa e dis¬persão. Não leva a nada. Aliás, perdão... Le¬va ao fundo do abismo, de onde a gente sai invariavelmente empobrecido, menos gente.

Capricórnio
Planeje seu dia. Revise os caminhos andados. Confie no amanhã. A improvisação é péssima conselheira. Lições do passado são o melhor alicerce para o edifício do agora. No século da competição, da concorrência desenfreada, não basta a simples vontade de acertar. É preciso ser eficiente, organizado.

Aquário
Debruce seu pensamento sobre a vida, como se ela fosse um riacho de águas cristalinas, cantantes, nas quais é possível se espelhar. As enxurradas acontecem, em dias de tem¬pestade e chuva forte. Mas depois, a bonança volta. Basta esperar. Dar tempo ao tempo. Deixe suas neuroses e frustrações no fundo do riacho, onde elas poderão corroer as pedras. Não permita, porém, que elas corroam sua alegria de viver.

Peixes
Embora ricos, bem situados na sociedade, so¬mos todos muito pobres, mutuamente neces¬sitados. Procure dar aos outros, seus irmãos, um pouco do seu tempo, de sua afeição, de seu carinho. Um pouco de si mesmo. É disso que o mundo e o mar agitado da vida mais necessitam: doação, ternura, gratuidade, ca¬lor humano. É tempo de a gente ser gente fa¬zendo outros mais gente.

Fonte: Parada para pensar
Editora Paulinas

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