domingo, 25 de setembro de 2011

Como se deu a formação do povo brasileiro

Como se deu a formação do povo brasileiro

Dados das Aulas
Duração das Atividades
4 aulas de 50 minutos
O que o aluno poderá aprender com esta aula:

• Identificar as principais matrizes formadoras do povo brasileiro;
• Analisar a diversidade étnica e cultural existente entre os povos do Brasil;
• Verificar a contribuição de cada etnia para a formação do povo brasileiro.

Estratégias e recursos da aula

• Os recursos que serão utilizados na aula são: laptop, projetor de imagens, caixa de som e internet.

Atividade 1 - Conhecendo as matrizes formadoras do povo brasileiro

Para iniciar a discussão sobre a aula e com o objetivo de despertar o interesse da turma sobre o tema proposto o professor irá primeiramente através de um projetor de imagens e caixa de som, passar uma música para a turma que resgata as origens formadoras do povo brasileiro.

Música: Samba Enredo 2009 - A Mangueira Traz Os Brasis do Brasil Mostrando a Formação do Povo Brasileiro
G.R.S. Estação Primeira de Mangueira (RJ)
Composição: Lequinho, Jr. Fionda, Gílson Bernini e Gusttavo.



Deus me fez assim filho desse chão
Sou povo, sou raça ... miscigenação
Mangueira viaja nos brasis dessa nação
O branco aqui chegou
No paraíso se encantou
Ao ver tanta beleza no lugar
Quanta riqueza pra explorar
Índio valente guerreiro
Não se deixou escravizar, lutou ...
E um laço de união surgiu
O negro mesmo entregue a própria sorte
Trabalhou com braço forte
Na construção do meu Brasil
É sangue, é suor, religião
Mistura de raças num só coração
Um elo de amor à minha bandeira
Canta a Estação Primeira
Cada lágrima que já rolou
Fertilizou a esperança
Da nossa gente, valeu a pena
De Norte a Sul desse país
Tantos brasis, sagrado celeiro
Crioulo, caboclo, retrato mestiço,
De fato, sou brasileiro!
Sertanejo, caipira, matuto ... sonhador
Abraço o meu irmão
Pra reviver a nossa história
Deixar guardado na memória ... o seu valor
Sou a cara do povo ... Mangueira
Eterna paixão
A voz do samba é verde e rosa
E nem cabe explicação".

Música disponível em: http://www.youtube.com/watch ?v=CIN3B5A5qZk.

Após terem ouvido a música, com o objetivo de fazer uma reflexão da música com o tema proposto, o professor irá levantar um debate em sala a partir das seguintes questões:
• O que a turma entende por matrizes formadoras do povo brasileiro?
• Para a turma o que é miscigenação?
• Quais são as matrizes formadoras que a música traz?
• Quais reflexões a partir da música podem ser levantadas sobre a formação do povo brasileiro?

Neste momento, cabe ao professor fazer os questionamentos para instigar a turma a falar sobre as reflexões que fizeram sobre a música, incentivando todos os alunos a participarem do debate.

Sendo o professor o mediador das discussões ele deverá fazer o fechamento das idéias levantadas pelos alunos a partir da música e reflexões sobre o tema proposto.

Atividade 2 - A Formação do povo brasileiro

Para dar continuidade ao tema, o professor irá solicitar à turma que se divida em grupos de cinco alunos.
A proposta da atividade é que o grupo realize um trabalho tentando responder as seguintes questões:

• Quais são os povos que deram origem ao povo brasileiro?
• Qual a influência étnico e cultural desses povos para o Brasil? Citando os índios, os brancos imigrantes e os negros trazidos da África.
• Como podemos caracterizar o povo brasileiro? Tentando retratar a mistura de raças.

Para isso, eles farão uma pesquisa através dos laptops interligados à internet, em sítios e vídeos para responder as questões colocadas no trabalho.

Sugestão de sítios para serem usados na pesquisa

http://www.brasilescola.com/historiag/brasileiro.htm

http://www.brasilescola.com/brasil/as-origens-povo-brasifeiro.htm

http://www.recantodasletras.com.br/resenhasdelivros/537837

http://www.escolakids.com/o-povo-brasileiro.htm.

Sugestão de vídeos para serem usados na pesquisa

http://www.youtube.com/watch?v=xlqY8VAiAyw






Atividade 3 - Apresentação dos Trabalhos

Depois de realizado o trabalho, os grupos irão apresentar os resultados, para isso, deverá ter em sala um
projeto de imagens e caixa de som.

Lembrando que cada grupo terá dez minutos para apresentação e no intervalo delas o professor irá colocar
suas considerações sobre os trabalhos e ampliar as discussões sobre o tema abordado .

Neste momento, cabe ao professor ser o mediador das discussões, incentivando aos alunos expor o que
compreenderam sobre o que foi apresentado tanto pelo grupo quanto pelo professor.

Ao final das apresentações o professor irá fazer o fechamento das discussões levantadas em sala, e solicitar
Que os grupos encaminhem por e-mail as apresentações, para assim fazer as correções, se necessário.

Atividade 4 - Reflexão sobre o tema

Após todos terem maior conhecimento sobre o assunto em questão o professor irá através de um projetor de
imagens, trabalhar com a turma o seguinte poema:

Poema de Jorge Lima

Tempos e tempos passaram
Sobre teu ser
Da era cristã de 1500
Até estes tempos severos de hoje,
Quem foi que formou de novo teu ventre,
Teus olhos, tua alma?
Os modos de rir, o jeito de andar,
Pele,
Gozo, coração
Negro, índio ou cristão?
Quem foi que te deu esta sabedoria,
Mais dengo e alvura,
Cabelo escorrido, tristeza do mundo,
Desgosto de vida, orgulho de branco, algemas, resgates
{alforrias?
Foi negro, foi índio ou cristão?
Quem foi que mudou teu leite,
Teu sangue, teus pés,
Teu modo de amar,
Teus santos, teus ódios
Teu fogo
Teu suor,
Tua espuma,
Tua saliva, teus braços, teus suspiros, tuas
[comidas,
te vendo, medito: foi negro, foi índio ou foi cristão?


http://pt.shvoong.com/books/1988088-poema-jorge-lima/



Para se trabalhar o poema, o professor irá abrir para debate, com o objetivo de conhecer as impressões da turma e as relações que eles conseguem fazer com o contexto trabalhado em sala e a vivência deles enquanto cidadãos inseridos neste espaço de miscigenação. Neste momento, cabe ao professor mediar às discussões trazidas pela turma e fazer este elo de comparações caso os alunos não consigam atingir este objetivo.

Avaliação

O processo de avaliação será no decorrer das aulas durante a realização das atividades onde o professor irá avaliar o aluno nos seguintes aspectos: compromisso no desenvolvimento das tarefas envolvimento com a pesquisa; participação; comunicação; interação com o outro; e, a forma com que os alunos conseguem expor suas idéias na apresentação e nos debates.


Fonte:Portaldoprofessor.mec.gov.br/fichatecnicaaula

DIVERSIDADE CULTURAL

Diversidade Cultural

A diversidade cultural refere-se aos diferentes costumes de uma sociedade, entre os quais podemos citar: vestimenta, culinária, manifestações religiosas, tradições, entre outros aspectos. O Brasil, por conter um extenso território, apresenta diferenças climáticas, econômicas, sociais e culturais entre as suas regiões. Os principais disseminadores da cultura brasileira são os colonizadores europeus, a população indígena e os escravos africanos. Posteriormente, os imigrantes italianos, japoneses, alemães, poloneses, árabes, entre outros, contribuíram para a pluralidade cultural do Brasil.
Nesse contexto, alguns aspectos culturais das regiões brasileiras serão abordados.

Região Nordeste

Entre as manifestações culturais da região estão danças e festas como o bumba meu boi, maracatu, caboclinhos, carnaval, ciranda, coco, terno de zabumba, marujada, reisado, frevo, cavalhada e capoeira. Manifestações religiosas como A festa de Iemanjá e lavagem das escadarias do Bonfim. A literatura de Cordel é outro elemento forte da cultura nordestina. O artesanato é representado pelos trabalhos de rendas. Os pratos típicos são: carne de sol, peixes, frutos do mar, buchada de bode, sarapatel, acarajé, vatapá, cururu, feijão verde, canjica, arroz doce, bolo de fubá cozido, bolo de massa de mandioca, broa de milho verde, pamonha.

Região Norte

A quantidade de eventos culturais do Norte é imensa. As duas maiores festas populares do Norte são o Círio de Nazaré, em Belém (PA); e o Festival de Parintins, a mais conhecida festa do boi bumbá do país, que ocorre em junho no Amazonas. Outros elementos culturais da região Norte são: o carimbo, o congo ou congada, a folia de reis, a festa do divino.
A influência indígena é fortíssima na culinária do Norte, baseada na mandioca e em peixes. Outros alimentos típicos do povo nortista são: carne de sol, tucupi (caldo da mandioca cozida), tacacá (espécie de sopa quente feita com tucupi), jambu (um tipo de erva), camarão seco e pimenta de cheiro,ada, tapioca, pé de moleque, entre tantos outros Festival de Parintins (AM)

Região Centro-Oeste

A cultura do Centro-Oeste brasileiro é bem diversificada, recebendo contribuições principalmente dos indígenas, paulistas, mineiros, gaúchos, bolivianos e paraguaios. São manifestações culturais típicas da região: a cavalhada e o fogaréu, no estado de Goiás, o cururu, em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A culinária regional é composta por arroz com pequi, sopa paraguaia, arroz carreteiro, arroz boliviano, maria isabel, empadão goiano, pamonha, angu, cural, os peixes do Pantanal - como o Pintado, Pacu e Dourado, entre outros.

Região Sudeste

Os principais elementos da cultura regional são: festa do divino, festejos da páscoa e dos santos padroeiros, congada, cavalhadas, bumba meu boi, carnaval, peão de boiadeiro, dança de velhos, batuque, samba de lenço, festa de Iemanjá, folia de reis, caiapó. A culinária do Sudeste é bem diversificada e apresenta forte influência do índio, do escravo e dos diversos imigrantes europeus e asiáticos. Entre os pratos típicos se destacam a moqueca capixaba, pão de queijo, feijão tropeiro, carne de porco, feijoada, aipim frito, bolinho de bacalhau, picadinho, virado à paulista, cuscuz paulista, farofa, pizza, etc.

Região Sul

O Sul apresenta aspectos culturais dos imigrantes portugueses, espanhóis e, principalmente, alemães e italianos. As festas típicas são: a Festa da Uva (italiana) e a Oktoberfest (alemã). Também integram a cultura sulista: o fandango de influência portuguesa, a tirana e o anuo de origem espanhola, a festa de Nossa Senhora dos Navegantes, a congada, o boi-de-mamão, a dança de fitas, boi na vara. Na culinária estão presentes: churrasco, chimarrão, camarão, pirão de peixe, marreco assado, barreado (cozido de carne em uma panela de barro), vinho.

POVOS NO BRASIL

Povos no Brasil

As três raças básicas formadoras da população brasileira são o negro, o europeu e o índio, em graus muito variáveis de mestiçagem e pureza. É difícil afirmar até que ponto cada elemento étnico era ou não previamente mestiçado.
A miscigenação no Brasil deu origem a três tipos fundamentais de mestiço:

Caboclo = branco + índio

Mulato = negro + branco

Cafuzo = índio + negro

Brancos

Os portugueses trouxeram um complicado caldeamento de lusitanos, romanos, árabes e negros, que habitaram em Portugal. Os demais grupos vindos em grande número para o Brasil em diversas épocas -- italianos, espanhóis, alemães, eslavos, sírios -- também tiveram mestiçagem semelhante. A partir de então, a migração tomou-se mais constante. O movimento de portugueses para o Brasil foi relativamente pequeno no século XVI, mas cresceu durante os cem anos seguintes e atingiu cifras expressivas no século XVIII. Embora o Brasil fosse, no período, um domínio de Portugal, esse processo tinha, na realidade, sentido de imigração.
A descoberta de minas de ouro e de diamantes em Minas Gerais foi o grande fator de atração migratória. Calcula-se que nos primeiros cinqüenta anos do século XVIII entraram, só em Minas, mais de 900.000 pessoas. No mesmo século, registra-se outro movimento migratório: o de açorianos para Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Amazônia, estados em que fundaram núcleos que mais tarde se tornaram cidades prósperas.
Os colonos nos primeiros tempos estabeleceram contato com uma população indígena em constante nomadismo. Os portugueses, embora possuidores de conhecimentos técnicos mais avançados tiveram que aceitar numerosos valores indígenas indispensáveis à adaptação ao novo meio. O legado indígena tomou-se um elemento da formação do brasileiro. A nova cultura incorporou o banho de rio, o uso da mandioca na alimentação, cestos de fibras vegetais e um numeroso vocabulário nativo, principalmente tupi, associado às coisas da terra: na toponímia, nos vegetais e na fauna, por exemplo. As populações indígenas não participaram inteiramente, porém, do processo de agricultura sedentária implantado, pois seu padrão de economia envolvia a constante mudança de um lugar para outro. Daí haver o colono recorrido à mão-de-obra africana.
O Brasil é o país de maior população branca do mundo tropical.

Negros

Os negros, trazidos para o Brasil como escravos, do século XVI até 1850, destinados à lavoura canavieira, à mineração e à lavoura cafeeira, pertenciam a dois grandes grupos: os sudaneses e os bantos. Os primeiros, geralmente altos e de cultura mais elaborada, foram sobretudo para a Bahia. Os bantos, originários de Angola e Moçambique, predominaram na zona da mata nordestina, no Rio de Janeiro e em Minas Gerais.
Surgiu assim o terceiro grupo importante que participaria da formação da população brasileira: o negro africano. É impossível precisar o número de escravos trazidos durante o período do tráfico negreiro, do século XVI ao XIX, mas admite-se que foram de cinco a seis milhões. O negro africano contribuiu para o desenvolvimento populacional e econômico do Brasil e tornou-se, pela mestiçagem, parte inseparável de seu povo. Os africanos espalharam-se por todo o território brasileiro, em engenhos de açúcar, fazendas de criação, arraiais de mineração, sítios extrativos, plantações de algodão, fazendas de café e áreas urbanas. Sua presença projetou-se em toda a formação humana e cultural do Brasil com técnicas de trabalho, música e danças, práticas religiosas, alimentação e vestimentas.

Índios

Os indígenas brasileiros pertencem aos grupos chamados paleoameríndios, que provavelmente migraram em primeiro lugar para o Novo Mundo. Estavam no estádio cultural neolítico (pedra polida). Agrupam-se em quatro troncos lingüísticos principais: o tupi ou tupi-guarani, o jê ou tapuia, o caraíba ou karib e o aruaque ou nu-aruaque. Há além disso pequenos grupos lingüísticos, dispersos entre esses maiores, como os pano, tucano, bororo e nhambiquara. Atualmente os índios acham-se reduzidos a uma população de algumas dezenas de milhares, instalados sobretudo nas reservas indígenas da Amazônia, Centro-Oeste e Nordeste. A esses três elementos fundamentais vieram inicialmente acrescentar-se os mestiços surgidos do cruzamento dos três tipos étnicos anteriores, e cujo número observou tendência sempre crescente. Ocupam portanto lugar de grande destaque na composição étnica da população brasileira, representados pelos caboclos (descendentes de brancos e ameríndios), mulatos (de brancos e negros) e cafuzos (de negros e ameríndios).
A marca da imigração no Brasil pode ser percebida especialmente na cultura e na economia das duas mais ricas regiões brasileiras: Sudeste e Sul.
A colonização foi o objetivo inicial da imigração no Brasil, visando ao povoamento e à exploração da terra por meio de atividades agrárias. A criação das colônias estimulou o trabalho rural. Deve-se aos imigrantes a implantação de novas e melhores técnicas agrícolas, como a rotação de culturas, assim como o hábito de consumir mais legumes e verduras. A influência cultural do imigrante também é notável.
A imigração teve início no Brasil a partir de 1530, quando começou a estabelecer-se um sistema relativamente organizado de ocupação e exploração da nova terra. A tendência acentuou-se a partir de 1534, quando o território foi dividido em capitanias hereditárias e se formaram núcleos sociais importantes em São Vicente e Pernambuco. Foi um movimento ao mesmo tempo colonizador e povoador, pois contribuiu para formar a população que se tornaria brasileira, sobretudo num processo de miscigenação que incorporou portugueses, negros e indígenas.

Outros Grupos

Os principais grupos de imigrantes no Brasil são portugueses, italianos, espanhóis, alemães e japoneses, que representam mais de oitenta por cento do total. Até o fim do século XX, os portugueses aparecem como grupo dominante, com mais de trinta por cento, o que é natural, dada sua afinidade com a população brasileira. São os italianos, em seguida, o grupo que tem maior participação no processo migratório, com quase trinta por cento do total, concentrados sobretudo no estado de São Paulo, onde se encontra a maior colônia italiana do país. Seguem-se os espanhóis, com mais de dez por cento, os alemães, com mais de cinco, e os japoneses, com quase cinco por cento do total de imigrantes.

Repensar a INDISCIPLINA

Projeto Institucional
Repensar a indisciplina


Introdução

Para mudar a perspectiva em relação à indisciplina, é imprescindível que a escola se responsabilize cotidianamente por garantir um ambiente de cooperação, em que o valor humano, o respeito, a dignidade e a integridade marquem as relações. Essa conquista pode se dar por meio de um percurso de formação continuada para toda a equipe. Ao mesmo tempo, é preciso ter em mente que conflitos sempre vão ocorrer e não é possível esperar o fim da formação para resolvê-los. Lembre-se de que o mais importante é lidar com a causa do conflito e não apenas atribuir culpa e impor punições. Pouco importa quem começou uma discussão. O fundamental é analisar o que levou as pessoas a ter dificuldade de negociar soluções justas e respeitosas. Para ajudar nesse momento intermediário, apresentamos quatro estratégias.

1. Demonstrar que a honestidade será sempre considerada importante. Os alunos devem aprender que o que têm a dizer pode, sim, irritar o professor. Mas, em qualquer circunstância, em vez ser punido por ter sido autêntico, ele deve ser orientado a perceber que o sentimento de bem-estar por ter seguido o valor da verdade é o que mais conta.

2. Não agir de improviso. Manter-se calmo e controlar suas reações. Os problemas não precisam ter uma resposta imediata por parte da equipe escolar. Agir de improviso pode levar a atitudes pouco adequadas.

3. Reconhecer sentimentos e orientar comportamentos. Ficar bravo e com raiva é uma reação natural de qualquer ser humano. Dizer ao aluno "você não pode se sentir assim" ou "você não pode ficar com raiva do seu amigo" é, portanto, inadequado. Oriente-o dizendo algo do tipo: "Você deve mesmo ter ficado muito bravo, mas bater no colega resolveu o problema?"

4. Acreditar que o conflito pertence aos envolvidos. Isso não significa aceitar qualquer alternativa de resolução ou se alienar do problema. Você deve ser um mediador, ajudando-os a descrever o problema, incentivar que falem sobre os sentimentos e as ações e busquem soluções, sempre incidindo sobre a causa e respeitando princípios. Acompanhe, a seguir, uma proposta de formação para a equipe, fundamentada na bibliografia indicada em cada etapa.

Objetivos

• Promover uma mudança de olhar em relação à indisciplina, estudando conceitos de desenvolvimento moral e ético e adotando-os como conhecimento necessário ao processo educacional.
• Estimular a equipe a refletir sobre a própria postura.
• Conhecer os princípios de um ambiente de cooperação.
• Analisar o regimento da escola.
• Orientar a atuação da equipe frente a situações de conflito.

Conteúdos

• Desenvolvimento moral.
• Ética.
• Valores humanos.

Tempo estimado

No mínimo um ano, com reuniões semanais no horário de trabalho coletivo. Os problemas não acabam depois desse período. O objetivo é que todos aprendam a lidar com eles.



Desenvolvimento

1ª etapa

Para começar, levante com a equipe quais as principais situações de indisciplina na visão deles. Organize o grupo em duplas. Cada uma deverá classificar as situações em categorias e apresentá-las. Anote os resultados e guarde-os para retomá-los no fim da formação. O próximo passo é aproximá-los do significado de indisciplina. O que a distingue da violência, por exemplo? Para isso, além de consultar a bibliografia, use o mapa conceitual disponível no site para orientar a discussão dos seguintes pontos:

• A indisciplina escolar é um sintoma de que algo não vai bem. Se há conflitos, a falha está na relação e não nas pessoas.
• O comportamento indisciplinado é algo a ser alterado, mas isso só vai acontecer se as responsabilidades forem divididas entre todos. Não é mais possível dizer que "aqueles alunos do professor X são bagunceiros". Os alunos são de todos e deve haver parceria para transformar a situação.

BIBLIOGRAFIA O Mapa do Problema Escolar: Quando a Cidadania Parece Não Ser Possível (Anais do XXII Encontro Nacional de Professores do Proepre - Educação e Cidadania), Luciene Tognetta

2ª etapa

O foco da discussão se desloca para a origem da indisciplina. A idéia é discutir a prática da equipe escolar, as propostas didáticas, o domínio do professor sobre o conteúdo, sua postura frente ao aluno e sua ação em situações de conflito (como citado na introdução).

BIBLIOGRAFIA Estratégias de Intervenção nos Processos de Desenvolvimento Profissional e Pessoal Docentes (11 Congresso Internacional do CIDInE: Novos Contextos de Formação, Pesquisa e Mediação), Ana Aragão e Idália Sá-Chaves

3ª etapa

Realize o acompanhamento direto do trabalho docente em sala de aula, com gravação em vídeo ou observação e registro realizado pelo coordenador durante as aulas, momentos de recreio, entrada e saída, dependendo de onde o problema se localiza. Em seguida, o grupo deverá discutir a postura do professor e dos alunos com base nos conceitos estudados. Aqui, é obrigatório que o observado consinta em ser objeto de análise e discussão.

BIBLlOGRAFIA Autoscopia: Um Procedimento de Pesquisa e de Formação (Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 30, n. 3, p.419-433), Ana Aragão e Priscila Larocca

4ª etapa

Para seguir uma regra, é preciso entender sua razão de ser. Se não houver explicação que a justifique,
a restrição pode e deve ser questionada. A idéia, nessa etapa, é analisar o regimento da escola. Os problemas têm mais a ver com as regras morais ou com as convencionais? Os princípios que fundamentam o projeto pedagógico devem ser discutidos. Como sugestão, tome como base a Declaração Universal dos Direitos do Homem.

BIBLIOGRAFIA Viajantes Destemidos sem Mapas Precisos: Professores-Formadores (Professor Formador: Histórias Contadas e Cotidianos Vividos, Ed. Mercado de Letras), Vera Lucia Sabongi de Rossi

Avaliação

Por meio de questionários, peça aos alunos, funcionários e pais que analisem se houve avanços. Resgate a listagem feita no começo do projeto e peça que a equipe docente altere o que achar necessário, revendo as categorias definidas anteriormente.

Consultoria ANA ARAGÃO, professora da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de